Imagine um mercado publicitário que celebra todas as nuances da nossa gente, onde cada pessoa, rosto, traço, sotaque e tradição têm seu lugar sob os holofotes. Nos questionamos sobre a ausência de representatividade na comunicação, e desde então temos focado em projetos que destacam o público real de nossos clientes.
E notando a diminuição do engajamento real com pautas lembradas somente em sazonalidades (Dia do Orgulho, Dia da Consciência Negra etc), percebemos que essa ausência de diversidade vem de dentro para fora em uma sequência:  

marcas ignoram a diversidade e rejeitam ideias > Consumidores não se conectam com campanhas que só normalizam > E, por fim, não se engajam e não compram.

E se a nível nacional 22% dos brasileiros não se identificam com a publicidade, qual seria este número a nível regional?

Mas para que a ‘canoa da publicidade diversa’ não vire, precisamos olhar com cuidado para ela, prestando atenção em cada um dos banzeiros que podem impactar nesta virada e prejudicar com a ausência da diversidade:

– A branquitude: 83% dos modelos em campanhas veiculadas no Brasil de 2018 a 2023 são pessoas brancas, a pesquisa do Gemaa aponta que pessoas não brancas foram representadas em somente 17% dos anúncios. Dado que reafirma a informação acima;

– A minimização do movimento LGBTQIA+: Uma minimização tanto no sentido de redução de quantidade, como no sentido de redução de importância. Levantamento aponta que apenas 20% de entrevistados globais afirmaram ver pessoas LGBTQIA+ representadas regularmente, quando o fazem, as representações são estereotipadas;

– Mulheres de olho no progresso: De olho mesmo, pois na maior parte das peças publicitárias, as mulheres ainda aparecem executando tarefas relacionadas à maternidade e tarefas do lar. E recortando para mulheres negras, o total de anúncios publicitários protagonizados por mulheres negras é 27%;

– O tsunami prateado: No Brasil, 86% dos 50+ possuem renda própria e são responsáveis por mais de 20% do consumo, o que equivale a cerca de R$ 1,8 trilhão injetados na chamada “economia da prateada”. Mas eles não se sentem acolhidos por serviços e produtos, um dado ressalta que 55% deste público maduro acredita que há uma desconexão significativa entre eles e as marcas.  Enquanto o povo discute sobre GenZ x Millenials, brasileiros estão envelhecendo;

– O potencial PCD: apesar grandes movimentos ativos até hoje e que enaltecem as pessoas com deficiência, apenas estão presentes em 1% da publicidade nas redes sociais (considerando anúncios em Facebook e Instagram). E isso, considerando que representam 23% da população, sejam quadros físicos ou neurológicos.

– O Pindorama esquecido: Criadores de conteúdo originários reforçam: as marcas muitas vezes buscam a representação indígena mais pela imagem e narrativa de diversidade do que para exercer um impacto social na ponta. A representação de pessoas indígenas em anúncios tiveram só 0,2% de presença nas publicações só na categoria bens de consumo;

Ufa! Uma sequência de banzeiros tão impactantes que a gente precisa até respirar um pouco. Mas se toda ação gera uma reação, olhe ao redor. São cartazes, outdoor, comerciais…. Onde está a nossa identidade? Por que não integrar a personalidade amazônica ~que em sua essência é de acolhimento~ em nosso ecossistema de comunicação? 

Por isso, nós da Varanda Multiagência pensamos sempre em ir além da superficialidade, mesmo a ideia não sendo aprovada. Não seremos nós se não instigar, não seremos nós se não questionar, não seremos nós se não sugerir o que acreditamos ser o correto. E por isso, não seríamos nós se não fazer você e o mercado pensar em uma ideia, a da mudança. 

Este manifesto é mais do que palavras: é um compromisso sincero de continuar lutando por um mercado de comunicação mais justo, diverso e acolhedor. Somos a Varanda Multiagência e, juntos, podemos moldar um futuro onde todos se veem representados, respeitados e celebrados. 

Somos Muitas

Somos Muites

Somos Muitos

Somos Varanda