O Dia da Consciência Negra, instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, faz referência ao dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A data da sua morte, descoberta por historiadores em 1978, serviu como motivação para membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta por direitos dos negros escravizados no Brasil.

VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR POR QUE PRECISAMOS DE UMA “DATA COMEMORATIVA” PARA ENTENDER QUE OS NEGROS PRECISAM DE RESPEITO?

O dia 20 de novembro tornou-se um marco para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão em nosso país, que acontece no dia a dia, em diversos âmbitos da nossa vida. Essa opressão está nas escolas, no trabalho, na vida política, na religião e até mesmo quando nem notamos, pois está enraizada em nossa cultura e vocabulário.

CONFIRA ALGUMAS EXPRESSÕES RACISTAS QUE TALVEZ VOCÊ USE SEM SABER

Além de profundamente racista, a expressão é carregada de machismo. Traz o entendimento de que “se pode fazer tudo com alguém”. A origem vem das escravas negras, que eram literalmente propriedades dos homens brancos e utilizadas para satisfazer desejos sexuais, em um tempo no qual assédios e estupros eram ainda mais recorrentes.


Fios “rebeldes”, “cabelo duro”, “carapinha”, “mafuá”, “piaçava” e outros tantos derivados depreciam o cabelo afro. Por vários séculos, causaram a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre as mulheres negras sem o “desejado” cabelo liso. Nem é preciso dizer o quanto as indústrias de cosméticos, muitas originárias de países europeus, se beneficiaram do padrão de beleza que excluía os negros.

A fala racista se reflete na associação entre “preto” e uma situação desconfortável, desagradável, difícil, perigosa.


A ideia do branco como algo positivo é impregnada na expressão que reforça, ao mesmo tempo, a associação entre preto e comportamentos negativos.

“Mercado negro”, “magia negra”, “lista negra” e “ovelha negra”
Entre outras inúmeras expressões em que a palavra ‘negro’ representa algo pejorativo, prejudicial, ilegal.

Essas expressões são apenas algumas entre várias outras. Por isso, fique atendo ao vocabulário que você usa cotidianamente e reavalie seu modo de agir ou falar.

ATIVISMO DE MARCA

O ativismo compreende muito mais que apenas adotar um discurso contra o racismo e exige ação por parte das marcas que querem combater o preconceito. Afinal, agir é muito mais efetivo que falar.


Como exemplo de ações, grandes marcas de produtos esportivos, em apoio ao movimento Black Lives Matter, anunciaram a contratação de pelo menos 30% mais profissionais de negros e latinos, além do investimento em comunidades negras e criação de bolsas de estudos para estudantes negros nos Estados Unidos.


O exemplo acima reforça a importância de empresas tomarem atitudes mais concretas relacionadas à luta contra o racismo e adotarem planos de inclusão social e igualdade racial que sejam mais do que apenas dizer: “Nós apoiamos pessoas negras”.