É inegável a força que os smartphones e tabletstrouxeram ao mercado. O valor gasto em m-commerce subiu de R$ 13,2 bilhões em 2014 para R$ 27,3 bilhões em 2015, de acordo com pesquisa feita pela Sociomantic sobre o mercado mobile no Brasil. A penetração desses aparelhos no país chegou a 90% em 2015, tendo 67% dos usuários feito alguma compra pelo dispositivo. Na contramão desses números aparece os investimentos das companhias: 50% dos e-commerces no Brasil não possuem um aplicativo exclusivo e 15% são destinadas à instalação de APPs, contra 85% investidos em campanhas de engajamento.

Apesar desses dados, o mobile segue em ascensão e trará novas oportunidades aos negócios, o que pedirá mais agilidade das empresas. Até 2020, é previsto que mais da metade do mundo conectado esteja fazendo compras online, segundo dados do Facebook. Estima-se que a mobilidade constituirá 34% do comércio eletrônico de varejo no Brasil, 45% no Reino Unido, 47% nos EUA, 63% na Coreia do Sul e inacreditáveis 80% na Índia. Embora as pessoas ainda comprem em lojas, a dinâmica móvel do futuro já é muito palpável.

Embora pareça inevitável o crescimento dos dispositivos móveis como um ponto de compra, o impacto mais profundo da mobilidade pode ser o modo como ela está transformando o restante do caminho até o compra e as expectativas dos compradores. De acordo com a série “Mudanças para 2020”, do Facebook, cinco transformações impactarão a forma com que as pessoas farão compras no futuro.

1. Comércio convergente
Os caminhos até as compras estão mais complexos do que nunca. No entanto, também há uma força unificadora nessas jornadas: os telefones das pessoas. E, conforme o mundo passa cada vez mais tempo usando dispositivos móveis, a mobilidade continua a crescer como um meio em que a descoberta, a consideração e a compra podem ocorrer. E essa convergência possibilita algo notável: os compradores usarão os dispositivos móveis para concentrar, e até mesmo reduzir completamente, suas jornadas a um único e insólito momento. De fato, muitos já estão fazendo isso.

Analisando o tempo entre a exposição ao anúncio e a conversão, as conversões entre dispositivos móveis são 13% mais rápidas do que entre computadores para consumidores de varejo e comércio eletrônico nos EUA. Além disso, os viajantes norte-americanos gastam 75% menos tempo ao fazerem reservas em dispositivos móveis do que em computadores desktop. Para reduzir esse tempo, cerca de um a cada quatro norte-americanos pesquisados diz usar a finalização de compra expressa (com um clique) em seu telefone.

2. Diferenciadores invisíveis
Todos nós já tivemos experiência com o poder dos recursos visuais, como vídeo, para inspirar desejos. Porém, quando se trata de onde as pessoas gastarão dinheiro em nosso futuro móvel, é igualmente importante o poder de tudo o que não podemos ver: os padrões escondidos por trás das experiências móveis.

Em um mundo em que a conveniência tem sido redefinida pelas compras com um clique e tudo sob demanda, as pessoas não somente pagarão pela facilidade, mas muitas também basearão suas decisões de compra nisso. Boas experiências serão “invisíveis” e as ruins farão com que as pessoas abandonem o carrinho de compras.

3. Assistência muito pessoal
Com tantas interações, reações e transações acontecendo na palma de nossas mãos, talvez nossos dispositivos móveis sejam nosso espaço mais pessoal. O fato de que 75% dos usuários de smartphone dos EUA afirmam personalizar quais aplicativos aparecem na tela inicial evidencia as relações íntimas das pessoas com seus telefones. E, nesse novo “espaço pessoal”, elas esperam que o conteúdo, as experiências e os produtos certos as encontrem por acaso.

4. Mensagens representam negócios móveis
Até 2020, 80% dos usuários de smartphone devem estar usando um aplicativo móvel de mensagens. Mas podemos ver pessoas usando aplicativos de mensagens para trilhar novos caminhos de compra atualmente. O atendimento ao cliente é apenas a ponta do iceberg quando se trata de aplicativos de mensagens que já estão demonstrando a capacidade deles de servir como máquinas completas para compras e comércio móvel.

E, considerando que uma a cada duas pessoas pesquisadas nos EUA disse que gostaria de reunir todos os seus aplicativos em um só, certamente pode haver um anseio para que o comércio conversacional dê conta de muitas das tarefas atualmente realizadas por vários outros aplicativos. Entre as pessoas pesquisadas que enviam mensagens a empresas 53% afirmaram que são mais propensas a comprar de uma empresa para a qual podem enviar mensagens e 67% pretendem enviar mensagens às empresas ainda mais nos próximos dois anos.

Muitas pessoas que enviam mensagens a empresas dizem que as mensagens são a forma preferencial de contato ao realizar uma compra (33%), consultar o horário da loja, o local e o estoque (33%), marcar uma hora (34%) e fornecer feedback (30%).

5. Manutenção da fidelidade
O amor antiquado a uma marca não está morto e isso pode ser provado quando 37% dos norte-americanos pesquisados identificaram-se como compradores fiéis de uma marca, noentanto, as pessoas estão abrindo suas carteiras para a fidelidade de uma forma diferente. Se a praticidade é soberana, então a fidelidade será movida pela facilidade da assinatura e da automação. Em alguns casos, isso significará que as pessoas poderão reabastecer os produtos tão facilmente (ou automaticamente) que o estágio de “consideração” poderá realmente ser removido completamente da jornada do cliente.

Embora as pessoas possam estar abandonando modelos de assinatura antigos, muitas estão avidamente adotando novos modelos — de lanches a materiais de barbear e, é claro, envios em dois dias. Muitas delas são marcas que transformaram produtos para serviços, direcionando-nos de uma economia baseada em transações para uma baseada em assinaturas.Os consumidores norte-americanos pesquisados já assinam uma ampla variedade de serviços, incluindo vídeo sob demanda (74%), compras (62%), áudio (37%) e impressos digitais (28%).

 

*Conteúdo retirado originalmente do Mundo do Marketing.